"O Cérebro e as Drogas" - Semana Internacional do Cérebro (2009)

19-03-2009 15:55

Neste mesmo dia, pelas 10 horas, celebrou-se uma palestra/conferência direccionada para os alunos do 12.º A da escola onde o projecto Tubo de Ensaio tem sido desenvolvido, com a finalidade de comemorar a Semana Internacional do Cérebro.

Assim, feito o pedido, uma equipa de investigação na área das neurociências do Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Faculdade de Ciências da Saúde (UBI) deslocou-se à escola com todo o material necessário para umas boas horas de entretimento, como um data show, um computador, dois microscópios ópticos, lâminas com culturas e cérebros de vários mamíferos.

A palestra teve início com a oradora Ana a explicar os mecanismos básicos de transmissão de mensagens nervosas - as sinapses - bem como a composição das unidades básicas do sistema nervoso - os neurónios, constituídos pelo corpo celular, axónio e dendrites -, e, como a turma já estava familiarizada com os conceitos (adquiridos nas aulas de Psicologia, nomeadamente estes e outros conceitos como sistema nervoso simpático e parassimpático), a interacção alunos-palestra foi extremamente dinâmica, onde todos puderam participar e expôr os seus conhecimentos e dúvidas.

Consolidados estes conceitos, os conteúdos a seguir apresentados pela mesma oradora remetiam-nos para temas mais específicos do cérebro, como a existência de transportadores de neurotransmissores, enzimas degradoras dos mesmos, etc. A este nível pudemos observar como as drogas têm efeito ao nível cerebral, umas bloqueiam certos canais, outras envolvem-se nas vesículas que contêm os neurotransmissores (como o ecstasy), etc.

Foram-nos dadas como exemplos as seguintes drogas (com diferentes níveis de actuação):

Drogas que activam os receptores, imitando a acção de neurotransmissores

Heroína - activa receptores de opiáceos (moléculas produzidas no nosso organismo em situações de extremo prazer). Apesar de existirem três tipos de receptores opiáceos, a heroína tem mais afinidade num deles. Durante a actuação desta droga, a heroína é metabolizada em morfina. Daí a sua capacidade para retirar a dor, proporcionar bem-estar, etc. Ainda na sua actuação são activados outros circuitos ricos num neurotransmissor envolvido na regualção do prazer, a dopamina.
O problema da heroína é mesmo a overdose. Quando uma pessoa se injecta com demasiadas doses desta droga, ocorre a activação frenética dos receptores opiáceos e, consequentemente, ocorre uma diminuição da frequência da respiração, podendo levar a paragens respiratórias, resultando na MORTE de uma pessoa.

LSD - esta droga activa os receptores de serotonina, que é um neurotransmissor excitatório que abunda em zonas do cérebro relacionadas com a imaginação, daí que seja normal o surto de alucinações durante a sua actuação. Durante o esclarecimento, foi-nos dito que a falta de serotonina estava relacionada com fenómenos de depressão.

Haxixe e Marijuana - actuam ao nível dos receptores de canabinóides (substâncias inibitórias que abundam em áreas cerebrais responsáveis pelo controlo das emoções).

Drogas que bloqueiam os receptores, prevenindo a acção de neurotransmissores

Cafeína - a cafeína provoca o bloqueio dos receptores de adenosina, sendo esta uma substância que os neurónios libertam para regular o ciclo do sono. Contudo, quando os receptores são inibidos, os neurónios tendem a produzir mais como tentativa de equilíbrio.

Deste modo, e sob explicação atenta da oradora Carla (professora de neurofisiologia da UBI), as áreas do cérebro que mais sofrem pela actuação das drogas são as áreas envolvidas no controlo das emoções, na cognição, no estado de alerta/vigília, nos afectos, no prazer e na impulsividade.

 
(Fonte: https://becausebeta.files.wordpress.com/2008/02/brain-small.jpg)

O grupo teve ainda contacto com cérebros de vários mamíferos onde puderam consolidar alguns conceitos anatómicos sobre neurofisiologia, através do modelo anatómico de plástico que as oradoras levaram para a sala de aula. O contacto com cérebros biológicos causou impacto e foi, de facto, o clímax da palestra, dado que nunca ninguém tinha tido um contacto tão próximo com cérebros, podendo observar as diferenças anatómicas cerebrais entre o cérebro humano e o cérebro de outros mamíferos (o cérebro humano é bem mais complexo).


(Ver Apresentação na Galeria de Fotos - clique aqui)

Concluindo, foi ainda possível a observação de lâminas com preparados biológicos (anteriormente preparados num microscópio de fluorescência).

Assim, agradecemos a vinda desta equipa para proporcionar ao Tubo de Ensaio e a toda a turma o momento jamais inesquecível de todos os tempos que, pelo menos ao grupo, surgiram desde o tempo que começaram os trabalhos laboratoriais nesta escola. O contacto com cérebros é, indubitavelmente, formidável !

Tubo de Ensaio agradece à:
- Professora Alda Martins
- Oradora Ana
- Oradora Carla
- Oradora Filipa
- Escola
- Privilegiada turma presente na sessão

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cérebro

quero seguir a carreira de neorocirurgia- pediátrica
mais não sei se vou consiguir chegal lá

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celebro

quando eu morre eu vou doa meus orgãos e o meu celebro para estudos ou para ajudar alguem:)

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medicina

bem eu quero seguir medicina mas nao sei o que se cardiologia ou ginicologista obistreta oq devo seguir ah o trabalho de vpces È otio adorei parabens!!!!!!!!!!!!!!

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Alucinação e Cérebro

Gostaria de saber, em que área do cérebro está relacionada com as alucinações?
Ex. Uma pessoa que acha por alguns instantes que é Jesus.

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Parab'ens pelo vosso trabalho

Continuem meninos!

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